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A JOSÉ ESTEVÃO

Versos de Bulhão Pato

Lisboa
Typographia Universal
Rua dos Calafates, 110

1866

VERSOS DE BULHÃO PATO

A JOSÉ ESTEVÃO

Versos de Bulhão Pato

Lisboa
Typographia Universal
Rua dos Calafates, 110

1866

*ADVERTENCIA*

Escrevi estes versos para serem recitados em Aveiro, onde o grandeorador abriu os olhos, e onde hoje repousa no mesmo chão em que descançao pae, aquelle honrado varão de Plutharco, que se chamava Luis Cypriano.

José Estevão está alli bem, ao pé dos que tanto amou, que ainda vivem,e ao lado de seu pae, que partilha, como elle, do profundo somno da morte.

A pomba que vem esvoaçar por entre os cyprestes, que dão sombra ásepultura, é a filha do admiravel improvisador, aquella Joanninha, anjoque no berço se assustou com as tristezas da terra, e bateu azasfugindo para o seio de Deus!

Publicando estes versos, tributo humilde, mas sincero e de muita saudade,á memoria do notavel genio, aproveito a occasião para agradecer aoprimeiro poeta que hoje temos haver espontaneamente publicado, na suasentidissima carta em resposta ao meu amigo Freitas d'Oliveira, osalexandrinos que apparecem n'esta breve composição, assim como aspalavras de benevolencia que me dirigiu.

Lisboa, 16 de fevereiro de 1866.

Bulhão Pato

A JOSÉ ESTEVÃO

*A JOSÉ ESTEVÃO*

Eu fui……….

Manzoni, Il cinque Maggio

I

Eil-o junto de nós dormindo o somno eterno.
Na terra emfim descança ao pé do chão paterno.
Ao pae que tanto amor em vida lhe votou
Tambem na sepultura agora se abraçou.
Quando ao romper do sol alegre o céo rebrilha,
Como anjo tutelar desce do Empyreo a filha;
Bate as azas gentis por entre o cyprestal,
E solta hymno inspirado ao somno paternal.
Quem constante lidou, desde a mais tenra edade,
Em prol do amor da patria, em bem da humanidade,
Quando é chegada a hora e deixa a terra emfim,
Á entrada do outro mundo encontra um seraphim.

II

E quem pois o amor da patria
Com vehemencia egual sentiu,
Qual o peito onde surgiu
Mais ardente hoje esse amor?
Quem, como elle, n'um só gesto,
Quando a turba se atropela,
Quebra as ondas da procella
Resistindo ao seu furor?

E se a mão da prepotencia
Procurava erguer-se altiva,
Quem mais prompta e quem mais viva
Tinha sempre a inspiração?
Era ouvil-o ouvir a patria,
Quando exclama na anciedade:
«Liberdade, oh! liberdade!»
Com a voz do coração.

Ah! no exilio, quantas vezes,
Afogada entre gemidos,
Mormurára a seus ouvidos
A voz do paiz natal!
E ouvindo-a sua alma, em impetos
Do mais sincero heroismo,
Sonhava em transpôr o abysmo
E libertar Portugal!

Então a graciosa ald

...

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