JAIME DE MAGALHÃES LIMA

 

 

 

Rogações de Eremita

 

 

 

 

CASA EDITORA                 
DE
                      A. FIGUEIRINHAS
                                          PORTO

 

Empresa Gráfica "A Universal".—Porto.

 

 

HOMENAGEM DO EDITOR

 

 

 

Rogações de Eremita

 

 

 

Composição e impressão

Empresa Gráfica «A UNIVERSAL»

—Rua Duque de Loulé, 111—Porto.—

 

 

Jaime de MagalhãesLima

 

 

 

Rogações
de Eremita

 

 

 

CASA EDITORA de A.FIGUEIRINHAS

Deposito geral:
Livraria Portuense de Lopes & C.ª—Suc.
119, Rua do Almada, 123—Porto.

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No ermo que eu percorro neste mundo,—ermo de corações cativos dosmeus sonhos—ao suplicar dos céus a claridade na qual a alma habite e seengrandeça, deixei na terra gotas do meu sangue, onde a dor o soltou do peitoansiado por abundância de erros e de culpas e por amargura de infinitas mágoas,e onde jorrou seus cantos de alegria em louvor e contemplação da belezaeterna.

E, como assim vulnerável tenha sido, misteriosa comunhão uniu-meàqueles, solitários e crentes, que na cruz da aspiração também sofreram. Muitasvezes me guiou o rasto estranho, se porventura o vi ensanguentado de sangueigual ao meu pela paixão que o derramou em oferenda a altares de amor. Sãorogações de todos esses passos as que neste livro traduzi e confesso para quemno mesmo error se houver perdido ou se tiver remido em iguaisenlevos.{6}{7}

ROSAS DO MEU CAMINHO

I

Parei no meu caminho a colher rosas. No doce esplendor da sua gloria,brotavam purpurinas entre o cômoro renovado no viço pelo outono. E o sol brandoque vinha do nascente, e a palidez do céu já esmorecido do seu fulgor candentedo Estio, e a atmosfera quieta e orvalhada, e o silencio do campo onde despontao prado que no inverno o cobre e é a sua túnica,—cantavam com as rosas adoçura e em minha alma infundiam subtilmente os salutares enlêvos dos seussonhos.

Acordou-me de encantos a pobreza. Alguém, passando, me estendeu a mão,mirrada e pálida de fadiga e fome. Ouvi um brando murmurar de suplica; e ocoração turvado de piedade transmudou em misericórdia o seu deleite. Umresplendor mais alto escurecera a cintilação da terra em seu fulgor.

Levei comigo as rosas que colhi, para me alentarem de um sorrir ingénuo meupeito ferido na{8} jornada agreste em que dolorosamentese consome sangrando magoado de perversidade, de ódios, de mentira, de quantoavilta os homens desvairando-os nos seus cruéis infernos de cobiças. Mas sempreque senti a rosa bafejar-me, senti perpassar também vozes mendigas. Porsingular magia, confundi em uma só aspiração e um só amor as rosas e apobreza.

II

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