ANTONIO NOBRE

Despedidas

1895-1899

Prefacio de José Pereira de Sampaio (Bruno)

 

 

 

 

 

PORTO

1902

 

 

Foto de António Nobre

 

 

DESPEDIDAS

DO MESMO AUCTOR:

Só (2.ª edição, illustrada), Paris, 1898.

NO PRÉLO:

PRIMEIROS VERSOS

Prefacio de Justino de Montalvão


D'este livro, publicado por Augusto Nobre,tiraram-se dois mil exemplares


Direitos reservados

ANTONIO NOBRE

Despedidas

1895-1899

Prefacio de José Pereira de Sampaio (Bruno)

 

 

 

 

 

PORTO

1902

 

 

 

 

[V]A fraterna piedade de Augusto Nobre e a saudade amiga de Justino deMontalvão honraram-me com o pedido commovente de algumas linhas queacompanhassem este volume posthumo. Tendo organisado a nota que precede osfragmentos, ao deante publicados, do poema O Desejado, hesiteigrandemente em acquiescer á solicitação que refiro. Temi que malignasmalevolencias acaso increpassem como de impertinente intromettimento essaslinhas sinceras e innocentes. E ellas seriam, de facto, com severidadecondemnaveis, desde que as dictassem pedantescas pretensões de recommendaçãoás delicadas leituras. O nôme do poeta não é sómente conhecido; estádecisivamente consagrado. Um prosador incorrecto e secco não conseguiriasenão tornar-se ridiculo, quando tam improcedente estimulo fôsse aimpulsional-o.

Assim meditava e quasi me resolvia por uma polida escusa, que me magoariaaliaz; porém mais se radicou em meu animo o motivo antagonico que meconvidara a ceder á captivante seducção do pedido, feito pelo irmão e pelocompanheiro.

Lembrava-me e lembrei-me de que fôra eu quem, sem sequer de vista oconhecer, apontou ao publico culto o original, promettedor talento d'aquellemoço ignorado então.

Concorrendo n'um effeito de beneficencia, apparecera no Porto umvolumesinho de versos, collaborado principalmente por academicos, sob otitulo generico e designativo de Um bouquet de sonetos.[VI] Eu lêra as composições contidas na sympathicacollecção e prestei preferente cuidado áquellas que a novos, sem notoriedadeainda, pertenciam. Entre essas, primacialmente sobresahia o soneto de AntonioNobre, nôme que eu havia notado já, por subscrever, em revistas litterariasde collegiaes, infantilidades onde perpassava uma restea do fulgor divino.Fundára, por esse tempo, um diario de propaganda politica A Discussão;na secção litteraria da folha estampei um artigo longo ácerca do opusculo queme attrahira o reparo; Gomes Leal replicou-me, com motivo d'algumasaffirmativas minhas, concernentemente á fórma e á essencia do generoartistico. E no modesto estudo com que momentaneamente quebrei, confugindo, amonotonia acre das acerbas recriminações partidarias, indiquei o nôme dojoven poeta, como o de alguem que tinha personalidade e viria a ser muito.

Veio, na verdade, a ser muito: tam fino, candidamente malicioso, dôce,ingenuo era seu temperamento; tam si

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