Manoel Caldas Cordeiro


O MARQUEZ DE POMBAL

(FOLHETO PARA POUCOS)

 

 

 

 

PORTO
TYPOGRAPHIA DE A. J. DA SILVA TEIXEIRA
Rua da Cancella Velha, 70

1890

 

 

 

O MARQUEZ DE POMBAL

 

 

 

 

PUBLICAÇÕES DO AUTOR

A Vigilia, n.º 1, 1886.

A Vigilia, n.º 2, 1886.

Pyrilampos (collaboração de Eduardo Pacheco, n.º 1), 1888.

Pyrilampos (collaboração de Eduardo Pacheco, n.º 2), 1888.

O Marquez de Pombal, 1890.

Rimes Folles (em preparação).

Contos Sinistros (em preparação)

 

Manoel Caldas Cordeiro


O MARQUEZ DE POMBAL

(FOLHETO PARA POUCOS)

 

 

 

 

PORTO
TYPOGRAPHIA DE A. J. DA SILVA TEIXEIRA
Rua da Cancella Velha, 70

1890

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O MARQUEZ DE POMBAL

Elle tinha duas envergaduras como esses palhaços que apparecem no circo comum fato de duas côres. A envergadura do beato, do amigo de D. José, doprovidencial expurgador da impiedade; a envergadura do livre-pensador, dophilosopho preoccupado com o que d'elle diziam os contemporaneos.

Diziam boas cousas os contemporaneos. O Choiseul—um visinho dasobre-loja, portanto,—chamáva-lhe: «um tacanho aventureiro que tinhasempre um jesuita a cavallo no nariz». O massador Garção e o semsaborão AntonioDiniz da Cruz e Silva chamávam-lhe «genio, muito alto e muito poderoso» eoutras baboseiras. Os que viviam{6} junto d'elleelogiávam-n'o uns por medo, outros por interesse. Os de longe, embora corressemparelhas, no talento e no caracter, eram tão amaveis como o ministro de LuizXV.

Como politico os seus actos de governo derivam das duas attitudes que sequiz dar toda a vida. Attitudes que estão em antithese guerreira e são umarevelação do caracter repugnante e hypocrita d'este doutrinario que não tevenem a aberta franqueza, nem o espirito absolvidor dos homens que imitousempre.

Chamam-se elles D. Luiz da Cunha, Alexandre de Gusmão, Francisco Xavierd'Oliveira (o cavalleiro d'Oliveira), e o dr. Antonio Ribeiro Sanches.

Eis os homens que tomou para norma das suas idéas occultas de livrepensador. De D. Luiz da Cunha apanhou as idéas de governo e de administraçãomas não lhe imitou o dandysmo, a resignação espirituosa com que esteimpio de oitenta annos esperava a morte em Paris, nos braços de umaamante.[1]{7}

Quando queria ser dandy o marquez de Pombal nem sequer o era como umdoutrinado ridiculo. O unico traço de supposto dandysmo, quehistoriadores como Rebello da Silva e o snr. Pinheiro Chagas nos dão, é amaneira porque elle assestava a sua tremenda luneta. Tal e qual um velho deentrudo, de rabicho, bastão, oculos e o corninho pendurado ao pescoço. Elletinha tudo isto, menos o corno de que possuia talvez o plural....

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